Por Me. Obashanan
A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão.
Humildade vem do Latim “humus” que significa “filhos da terra”. Uma simples análise desta frase nos dá material suficiente para aprendermos sobre a humildade:
Diz-se que a humildade é uma qualidade, assim, quem se vangloria da sua, mostra simplesmente que ela lhe falta.
Ela torna as virtudes discretas, despercebidas dos outros, não há ostentação.
A humildade não é depreciação de si mesmo, não é ignorância com relação ao que somos, mas ao contrário, mostra o conhecimento exato do que não somos. Assim, o verdadeiro humilde, não deixa a vaidade se manifestar. Pode-se inferir diferentes graus de humildade, o que é próprio daqueles que procuram se melhorar, como também falsos “humildes”. Esses, normalmente só o são por breves momentos, ante algo que lhes pareça grandioso ou importante.
São falsos humildes: aqueles que se rebaixam ante os outros querendo parecer simples, porém estão cheios de ressentimentos, inveja ou ambição. Tal sintoma é comum em muitos pseudo-discípulos que, envolvidos pela vaidade e pela ilusão por vezes se acham iguais a seus mestres e fazem de tudo para não parecerem inferiores, confundindo o diálogo, ou mesmo não se fazendo entender propositadamente. Demonstram muitas vezes essa anomalia através da renitência irracional a ordens simples, chegando mesmo a ver em seus iniciadores não alguém que mostre um caminho, mas um rival inconsciente, o que demonstra o baixo nível espiritual em que se encontram. Expressam esse inconformismo em suas faces, em sua postura, em sua voz… estão o tempo todo incomodados com algo e a sombra interior os persegue assim como a indecisão. São estes que viram as costas ao sagrado, dizendo, lamentavelmente que não “estão preparados” para seguirem a Umbanda… lembrem-se que para um iniciado uma mínima variação expressiva já mostra um universo de sintomas. E a história é unânime em afirmar as verdades aqui expressas…
Mas o tempo é soberano e a tudo corrige, sejam as distorções conscienciais interiores ou exteriores…
Outra falsa humildade é não reconhecer ou não acreditar em seu real valor e se sentir inferior sem motivo. Pode até possuir humildade, porém se inferioriza a tal ponto ante seus semelhantes, sentindo grande sofrimento em seu interior e atrapalhando seu evolutivo a tal ponto que a pessoa se estagna e não sai mais do lugar. Quem age assim não respeita a sua própria dignidade, embora estes sejam mais fáceis de lidar do que os do exemplo anterior.
Humildade não é sinal de fraqueza. A verdadeira humildade é aquela de que o homem tem consciência e lhe dá uma verdadeira convicção do que ele é, da sua capacidade, da sua força ou da sua fraqueza, compreende a sua inferioridade, reconhece seus limites, mas não sofre por isso, se esforça e trabalha para ser melhor e procura constantemente seu aperfeiçoamento físico, moral e espiritual mesmo que isso lhe traga conflitos.
Esta humildade, esta consciência, este sentimento adquire-se lentamente pelo trabalho interior ou pode ser provocada pelo reconhecimento da existência de algo superior em nós mesmos, reconhecendo o valor de nossos Ancestrais e de nossos mestres encarnados, das Forças Universais ou das leis que as regem. Ante essa compreensão e reconhecimento interior há reverência à grandeza da Araxála e de seus enviados. A verdadeira humildade sempre está acompanhada de outras virtudes: caridade, misericórdia, amor, verdade e compaixão. O homem pode nascer humilde como pode nascer com tendências à virtude da humildade e pode trabalhar para adquiri-la. Ela produz no interior do homem alegria, paz e serenidade, todo o ser tem conformidade do que ele realmente é e se sente satisfeito em sua força ou fraqueza.
A força da virtude está na alma e não precisamos ser santos para ter humildade. Como diz Preto Velho, basta afastar o orgulho, a vaidade, a prepotência e o egoísmo para se encontrar o caminho na mata escura.
Desejando a todos votos de profunda evolução espiritual, que os 7 Orixás/Aráxas possam cobrir a todos com o Coração do Céu.
Aralotum 