Cavalo: O Amigo do Orixá

A5-05---Umbanda---Brasil---
Médium umbandista atendendo consulente (Fonte: Google Imagens)
Por Aralotum

Na Umbanda, de uma maneira geral, é comum os espíritos chamarem seus médiuns de “cavalo”, quando incorporadas. Esse é um termo comum no jargão dos terreiros, embora seja ainda um tanto incompreendido. Porém, espírito nenhum monta em seus médiuns. Nem metaforicamente! De fato, existe muita especulação sobre esse assunto, cuja explicação é bem simples e singela.

O que acontece durante o transe mediúnico é um “casamento fluídico” entre as vibrações do médium e o espírito comunicante. É uma verdadeira simbiose que, quanto mais aferida tanto mais segura é essa mesma manifestação. Dessa forma, fica claro que o espírito não “monta” no médium e nem toma ou entra dentro de seu corpo durante o transe. O acontece é uma troca de fluídos.

Já o motivo dos espíritos que se manifestam na Umbanda chamarem seus médiuns de “cavalo” deve-se, tão somente, ao fato de que, como um grande conjunto de palavras do nosso vocábulo, essa é uma palavra de origem africana. A palavra “cavalo” vem de kavalu ou kvalu, de origem bantu (kibundo/kikongo/bakongo), e significa “amigo” ou “companheiro”.

Essa ideia que nós temos do cão como melhor amigo do homem é bem recente e exclusiva da nossa sociedade ocidental. Na ancestralidade africana esse título era dado ao cavalo, o animal doméstico que estava sempre na companhia do ser humano. Na agricultura, no transporte, no comércio, na convivência social e familiar, na guerra… o cavalo sempre estava presente junto ao ser humano em diversas situações.

Então, felicite-se quando um espírito da Umbanda, uma entidade da Lei, de fato e de direito, chamá-lo de cavalo. Quer dizer que esse espírito te considera um amigo, um companheiro e um benfeitor dos desígnios do Astral Superior. E tenham certeza que termos chulos e pejorativos não usados por entidades da Lei, nem na Umbanda e nem na Kimbanda! São usados tão somente por espíritos do mais puro baixo astral, verdadeiros kiumbas que mistificam e denigrem a imagem da Umbanda e das tradições afro-brasileiras.

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